| Texto: Gabriela Villen | Imagens: Divulgação | Antonio Scarpinetti

A possibilidade de geração de dados em massa  proporcionada pelas cidades inteligentes, pode alimentar diversos sistemas de monitoramento e planejamento. É na coleta desses dados em tempo real que pesquisadores investigam soluções para o problema da geração do resíduo sólido, conforme explica Edson Tomaz, da Coordenadoria de Gestão Ambiental e Resíduos da Faculdade de Engenharia Química (FEQ), que coordena o próximo Fórum Permanente da Unicamp com o tema o tema "Avanços no gerenciamento de resíduos e cidades inteligentes". O evento acontece na próxima segunda e terça-feira (7 e 8), das 9 às 12 horas, totalmente on-line e gratuito. As inscrições devem ser realizadas através do link.

De acordo com o organizador, a inter-relação entre o gerenciamento de resíduos e cidades inteligentes é ampla, passando pelos sistemas de coletas inteligentes como lixeiras com sistemas que indicam se há a necessidade de coleta, reduzindo assim custos e emissões do transporte e pelo rastreamento das regiões com maior geração de resíduos e dos pontos de descarte clandestino. "Sistemas de prevenção somente poderão ser efetivamente implementados através de sistemas de monitoramento que coletam dados precisos de indicadores. As cidades inteligentes permitem isso na medida em que é necessário mensurar algo que não é gerado", argumenta.

O evento pretende ainda, discutir o papel dos campi universitários como laboratórios vivos, para o desenvolvimento das soluções, que possam ser transferidas para as cidades do futuro. "As universidades trazem uma clara vantagem,  como ambiente de testagem e desenvolvimento, pois incluem em sua população de professores, alunos e funcionários, a expertise e cultura da busca por novo conhecimento em todos esses temas. Portanto é razoável supor que, o ambiente das universidades será sempre mais aberto para a transição tecnológica e comportamental. Além disso, as grandes universidades possuem campi com a dimensão de cidades de médio porte, sendo adequadas como ambiente de experimentação real para novas tecnologias e soluções", relata Tomaz.

Segundo ele, o Campus Sustentável da Unicamp, iniciou esta experimentação no tema da energia elétrica, dando visibilidade a debates como energias renováveis, mobilidade elétrica, medição inteligente de energia, eficiência energética, educação energética, mercado de energia elétrica e etiquetagem de edifícios. "Já está em discussão a criação de um grande laboratório vivo na Unicamp para a integração de serviços públicos, incluindo ao  projeto campus sustentável, a gestão de água, de resíduos, de gás, trânsito, segurança, etc., através de uma grande plataforma de IoT baseada em comunicação 5G", contou.

O Fórum contará com a participação de especialistas nas duas áreas, a fim de buscar soluções inovadoras para o assunto. No campo das cidades inteligentes, os professores Mariano Laplane, do Instituto de Economia (IE) e Gabriela Celani, da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC), abordarão diferentes aspectos do HUB Internacional para o Desenvolvimento Sustentável: HIDS, da Unicamp. No que tange ao compartilhamento de experiências na gestão de resíduos, além dos professores Edson Tomaz e Ana Paula Bortoleto, da Unicamp, contribuirão também com o debate Letícia Albuquerque, da Universidade Federal; de Santa Catarina (UFSC), Carlos Augusto Lemos Chernicharo e Bernardo Ornelas Ferreira da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O evento é destinado ao público em geral  e em especial a educadores, técnicos e especialistas interessados na gestão de resíduos e cidades inteligentes e a gestores públicos e privados.