| Texto: Gabriela Villen | Imagens:  Norma Mobilon e Dayan de Castro

A partir do dia 24 de fevereiro, a Agência Santander do Campus Zeferino Vaz exibirá painéis dos artistas Norma Mobilon e Dayan de Castro, alunos do Programa de Pós Graduação em Artes Visuais do Instituto de Artes (IA). O espaço destinado ao projeto tem aproximadamente 7 metros quadrados que serão ocupados pelas imagens impressas em adesivo vinílico de alta qualidade. O projeto, ainda em formato  piloto, é fruto de um convênio entre o Banco e a Universidade, gerido pela Pró-reitora de Extensão e Cultura (Proec) e tem intenção de tornar-se um edital aberto para a comunidade.  

"A proposta valoriza a produção profissional de alunos e possibilita ampliar a coleção de obras artísticas de caráter público no campus. Além disso, apresenta para novos públicos, a oportunidade de uma exposição de longa duração que discute as relações possíveis entre linguagens, suportes e espaços ocupados pela arte atual", afirma Sylvia Furegatti, que coordena o projeto. De acordo com a professora, a iniciativa amplia o público que tem acesso à arte contemporânea, dá visibilidade para as pesquisas artístico culturais produzidas por parcerias público-privadas e estabelece sinergias de inovação.

As obras

“O Manto e o Horizonte”, criado especificamente para este projeto pela artista Norma Mobilon, traz  imagens fotográficas e gravuras recentes relacionados a sua pesquisa de doutorado. "Neste trabalho, a imagem final atua como espécie de intertexto. A sobreposição entre paisagem e manto, por meio de recursos de transparência e opacidade, possibilita a produção de novos significados. Há dois pensamentos em jogo, que se alternam e se mesclam, proporcionando uma leitura reflexiva e uma percepção temporal mais lenta”, comenta a artista.

“Aere Perennius: Somos eternos”, de Dayan de Castro, explora as múltiplas constituições da paisagem na atualidade da arte contemporânea.  As fotografias foram realizadas no cerrado brasileiro em grandes plantações, em um período conhecido por vazio sanitário, tempo no qual as fazendas devem ficar com solo exposto de modo a prevenir vírus endêmico da soja. Segundo o artista, cada imagem do projeto é formada pela junção de 5 fotografias, o que provoca esse formato panorâmico e possibilita impressões em grandes dimensões. "A imagem final busca assim levantar questionamento sobre nossa relação com o tempo e a sensação cultural de sermos eternos”, reflete.

Os trabalhos foram selecionados por uma comissão que observou a aderência poética das propostas ao formato do projeto e considerou a maturidade da trajetória profissional de cada um dos artistas junto dos variados circuitos de circulação do trabalho artístico contemporâneo. Os artistas receberam do Banco Santander um pró labore de 5 mil reais para a criação e produção dos trabalhos.