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Unicamp elabora plano para início da vacinação contra o coronavírus

Cronograma da primeira fase segue plano elaborado pelo Estado de São Paulo. Vacinas serão aplicadas no Hospital de Clínicas, Caism e Cecom



| Autor: Felipe Mateus | Fotos: Antonio Scarpinetti | Antoninho Perri | Edição de imagem: Paulo Cavalheri

 

Plano de vacinação da Unicamp acompanha cronograma previsto pela Secretaria Estadual de Saúde

 

A Unicamp elaborou um cronograma para dar início à vacinação contra o coronavírus de seus profissionais dos campi de Campinas, Limeira e Piracicaba. O plano segue as diretrizes elaboradas pelo Estado de São Paulo em relação às datas de aplicação das duas doses das vacinas e também aos públicos que serão priorizados nesta primeira fase da vacinação. A expectativa é que 12.200 pessoas sejam vacinadas até o dia 26 de março. 

Segundo a coordenação do Centro de Saúde da Comunidade (Cecom), a definição do dia em que a vacinação terá início na Universidade ainda depende dos trâmites de aprovação pela Anvisa das duas vacinas disponíveis no país, Coronavac e AstraZeneca/Oxford, e da distribuição das doses às unidades de saúde. No entanto, a Unicamp trabalha com a previsão de início para o dia 25 de janeiro, seguindo a previsão da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. 

"É importante esclarecer que essas vacinas são repassadas da Secretaria Estadual de Saúde ao Município de Campinas. Só então o Município verifica todas as demandas da cidade e aí fazem o repasse para cada Unidade Básica de Saúde, para o Hospital de Clínicas da Unicamp, para o Cecom, etc. Por isso, até o momento nós ainda não obtivemos nenhum prazo de entrega ou estimativa do número de vacinas que devemos receber. Nós não sabemos ainda quantas vacinas nós teremos e quando elas vão chegar", explica Patrícia Falabella Leme, coordenadora do Cecom. 

Ela também pontua que, como existe a possibilidade de que as doses solicitadas pela Unicamp sejam entregues aos poucos, foi montado um escalonamento para definir quais pessoas incluídas na fase 1 terão prioridade. Esses critérios também respeitam o Plano Estadual de Vacinação. "É importante que a gente tenha um planejamento para conseguirmos alcançar as pessoas com maior necessidade antes, como as que trabalham nas UTIs Covid, e na sequência os demais", detalha.

 

"Não existe nada que justifique a ausência voluntária de alguém nesse plano de vacinação", afirma Patrícia Leme

 

Outro planejamento que será necessário é o de administração das duas vacinas que deverão estar disponíveis, a Coronavac e a da AstraZeneca/Oxford. "A orientação do município é de que nós estejamos preparados porque o plano do Governo Federal pode ter início e aí começamos a trabalhar com ele também, juntamente com o plano estadual. Nesse caso, vamos receber a vacina da AstraZeneca. Para isso, seguiremos a orientação de que a primeira e a segunda dose que o paciente vai receber devem ser do mesmo fabricante", avalia Rôse Trevisane, coordenadora adjunta do Cecom. 

Os grupos da fase 1 são os trabalhadores da saúde, incluindo profissionais da saúde (médicos, enfermeiros, entre outros) e demais funcionários que se dedicam a outras atividades nessas unidades, como limpeza, zeladoria e administração; idosos acima dos 60 anos; indígenas e quilombolas. Na Unicamp, esse público totaliza cerca de 12.200 pessoas, sendo cerca de 6.300 trabalhadores da saúde, 5.700 idosos e 150 indígenas. A vacinação desses grupos respeitará o seguinte calendário:

 

 

"São justamente as pessoas que precisam estar mais protegidas nessa primeira fase. Os trabalhadores de saúde precisam ser vacinados para continuarem a cumprir sua missão, para se protegerem e protegerem suas famílias. Os idosos têm uma chance altíssima de ter alguma complicação. No meu ponto de vista, não existe nada que justifique a ausência voluntária de alguém nesse plano de vacinação", orienta Patrícia Leme. 

Na Unicamp, as vacinas serão aplicadas no HC e no Caism para os trabalhadores da saúde e no Cecom para os grupos de idosos, indígenas e quilombolas. As coordenadoras destacam que o HC deverá contar com mais de um local de aplicação, para facilitar às equipes, e no Cecom a vacinação deverá ocorrer em um ambiente separado do espaço de atendimento comum, para preservar principalmente a saúde do público idoso. Os campi de Limeira e Piracicaba serão atendidos pelas equipes do Cecom de Limeira, de acordo com o mesmo cronograma. 

 

Hospital de Clínicas e Caism terão postos de vacinação de trabalhadores da saúde. Idosos, indígenas e quilombolas receberão as vacinas em posto montado no Cecom

 

Patrícia e Rôse orientam à comunidade a ficar atenta aos canais de comunicação da Unicamp. Neles, serão informados o início da campanha de vacinação, os grupos que começam a receber as doses, e outros detalhes. Elas ainda ressaltam que mais informações a respeito da vacinação serão prestadas com o envio dos informes técnicos das vacinas por parte da Vigilância Epidemiológica do Município. Isso deve ocorrer quando as doses começarem a ser distribuídas. Outra observação feita pelas coordenadoras é que as datas previstas pelo plano podem sofrer alterações caso haja mudanças no Plano Estadual de Vacinação.

Patrícia esclarece que a adesão à campanha é fundamental para o início do controle da pandemia no país. "É importante que as pessoas pensem no risco da doença, não da vacina. Porque as vacinas que virão, comprovadamente, terão uma ótima segurança. O que as pessoas devem pensar é que, se elas não se vacinarem, terão o dobro de chances de se infectar pelo vírus, assim como um risco maior de sofrerem complicações da Covid-19, caso se contaminem. Isso pensando nelas e em todas as pessoas que têm contato com elas", explica. 

Rôse acrescenta ainda que todos os que se vacinarem devem pensar não apenas em seu próprio benefício, mas também na saúde de todos:  "Quanto mais pessoas tomarem a vacina, mais rápido podemos adquirir essa imunidade. Então é necessário pensar coletivamente, porque a Covid é um problema de saúde pública, é um problema da sociedade. É fundamental que as pessoas tenham essa consciência e que continuem mantendo, independente de terem tomado a vacina, as medidas de proteção: uso de máscara, higiene das mãos e distanciamento social".